Ø G®¡†ö ðö Þöë†ä

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Visto-me com as cores do arco-íris, e desenho-te um beijo no poema.

Os meus dias...


Os meus dias escoam-se
como o passar das páginas
de um livro já lido.

Têm as palavras decoradas
como uma sinfonia
de tantas vezes ouvida.

Mas cada um é distinto
e melhor caminham para um livro
por escrever
com palavras novas
e novos perfumes.

Rasgão luminoso
que fenderá a noite escura.

Fernando Neto

Pontes do Infinito

 

Pois é...quem pode medir a essência do infinito, ou o alcance da sua mágoa por ser tudo e não ter consciência do que é um princípio e um fim, um começo e uma paragem, uma interrogação e uma resposta...
Então podemos tocar o simples e na complexidade da racionalidade achar de novo o...simples...
Como formigas de ar, vemos uma ponte chamada eternidade despontar sobre nós...e por isso decompomos a fartura da imaginação criativa em pequenas pedras apenas férteis mentalmente. Assim aparecem-nos finalmente as medidas das coisas, e nós homens que vivemos na ponte da eternidade, vimo-nos cansados sobre o tropeçar das pedras dos anos, horas, minutos e segundos. Torna-se assim evidente que quanto mais pedras as nossas rugas mentais suportarem, mais sábios somos, mas no fundo ninguém ultrapassou essa ponte. Nem o fará enquanto a gula dessas pedras continuar. Há pontes que não foram feitas para se chegar de um sítio a outro, mas apenas para nos sentar-mos nelas, de pés vogando no vazio e onde os sóis da serenidade se põem para logo regressar, enquanto rios de curiosidade navegam debaixo de nós. 
Assim são as pontes do infinito e da Eternidade.

Fernando Neto

Bar...


Fechei o guarda chuva da noite
e entrei no bar
para ver gente e emborcar um copo.
Para quê? Não quero esquecer nada!
Encandeiam-me os faróis de um carro
e eu ponho-me a pensar...
que vou eu fazer ao bar?
Falar de quê? De mim não me apetece.
Prometi ser mudo
sobre a minha vida.
Afinal quem determina a minha vontade?
Eu ou os outros?
Saí ao fim de um uisque
que me soube mal.
Melhor seria o sono
que por mim esperava.

Fernando Neto

Enquanto o mundo dorme...




Enquanto o mundo dorme
Vejo as luzes que vivem
Enquanto o mundo dorme
E nada há que o transforme
Seja ele antigo ou jovem

Enquanto o mundo dorme
Estou acordado numa nuvem
À espera do son[h]o que vem
Antevendo algo de enorme

E nada há que o transforme
Um viver que me convém
Recebendo o que dele advém
De sorriso nos lábios conforme

Seja ele antigo ou jovem
Haverá alguém que o informe
A esse mundo que ainda dorme
Do belo sonho que dele provém?

Fernando Neto

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